O que era para ser uma simples encenação de menores retratando a desprezível actuação de agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM), particularmente os de Trânsito, acabou por se transformar na “grande agenda” dos últimos tempos para o Ministério Público em Manica. Do Ministério Público (MP), a sociedade espera respostas aos crimes que assolam o país, à grande corrupção que dilacera o Estado, e às gritantes violações de direitos humanos, e não perseguição a menores que nada mais fizeram senão expressar, através da ficção, um fenómeno que se tornou frequente no cotidiano dos moçambicanos: cobranças ilícitas e outros actos de corrupção cometidos por agentes da PRM.
Tudo começou quando, num episódio descrito pela crítica artística como de uma alta performance humorística, três menores retrataram a condenável actuação de agentes da PRM, no caso vertente agentes da Polícia de Trânsito, conhecidos pelos actos de extorsão, cobranças ilícitas e outras manifestações de corrupção que praticam nas estradas moçambicanas. Num vídeo de cerca de cinco minutos, que se tornou viral nas redes sociais, três menores descrevem um cenário típico de polícia-ladrão.